BVRio participa de webinário sobre o potencial de pagamento por carbono florestal para propriedades privadas

Com o objetivo de subsidiar e fortalecer a criação de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) como estratégia de conservação do bioma Cerrado, a Funatura, com apoio do CEPF, propôs a realização de um estudo de avaliação do potencial econômico das reservas particulares com um recorte para o potencial de acesso ao mercado de créditos de carbono. O tema foi discutido ontem, dia 26, em um webinário com a presença de especialistas e pode ser visto na íntegra no canal do You Tube da Funatura.

O evento online também reuniu parceiros e proprietários de RPPNs para identificar possíveis caminhos de pagamento de créditos de carbono, que possam beneficiar proprietários de RPNNs e comprovar sua regularidade ambiental. 

Beto Mesquita, Diretor de Florestas e Políticas Públicas da BVRio, foi um dos palestrantes e destacou: “A inserção das RPPNs nos sistemas de compensação por serviços ambientais é essencial para sua sustentabilidade. É preciso reconhecer os esforços das pessoas, empresas e organizações que dedicam parte do seu patrimônio para proteger ecossistemas naturais, solos, águas e estoques de carbono, em benefício de toda a sociedade”. Durante o evento, Beto falou sobre os tipos de investimentos necessários, área mínima para um projeto viável, quantos créditos por hectare, demonstrando os desafios do setor.

O diretor executivo da Funatura, Pedro Bruzzi, enfatizou a importância do encontro online para os proprietários. “O acesso ao mercado de carbono é mais um incentivo aos proprietários de RPPN e para aqueles que estejam interessados em criar uma reserva privada”, disse. A Live, que contou com 68 pessoas, apresentou oportunidades e desafios para que esses guardiões voluntários da natureza sejam recompensados pelos serviços ecossistêmicos prestados. 

Atualmente, de acordo com Confederação Nacional de Reservas Particulares do Patrimônio Natural, existem 1.691 RPPNs no território brasileiro, sendo 264 delas no Cerrado – 153 reconhecidas pelo governo federal e 111 reconhecidas por governos estaduais, correspondendo a 16% de todas as RPPNs do Brasil, perfazendo uma área total de 183.401,67 hectares.

As RPPNs representam uma importante oportunidade para que novas unidades de conservação sejam criadas no Brasil. E em se tratando de um bioma tão rico como o Cerrado, e um dos mais ameaçados, tem-se a grande necessidade de que a sociedade se engaje na proteção destas áreas. 

O projeto Reservas Privadas no Cerrado, da Funatura com o CEPF, apoia a criação de novas RPPNs. A meta incial de 50 reservas foi ampliada para 70 até o fim de 2021. As RPPNs entregam contribuições importantes – são estratégicas à conservação da biodiversidade, manutenção dos serviços ambientais, mitigação de efeitos das mudanças climáticas e contribuem na conexão da paisagem com o fortalecimento dos corredores ecológicos.