Fórum Florestal Fluminense defende plano de reflorestamento em documento a candidatos ao Palácio Guanabara

Num documento com oito propostas para alavancar a política de reflorestamento no Estado do Rio, o Fórum Florestal Fluminense, que congrega 50 entidades dos setores público e privado, apresentou ontem, dia 02/08, as prioridades do setor aos postulantes ao governo estadual nas eleições de outubro. O encontro, no Museu do Amanhã, Zona Portuária do Rio, nesta terça-feira (02/08) teve a participação de representantes das candidaturas de Marcelo Freixo (PSB) e Rodrigo Neves (PDT). O atual governador, Cláudio Castro (PL), não mandou representação. Entre as propostas estão a criação de linhas de crédito específicas para o setor florestal, incentivos a Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN) e dispensa da necessidade de licenciamento ambiental em atividades da silvicultura (cultivo de floresta).

O secretário-executivo do Fórum, Jorge Alonso, reforçou que a pauta foi amplamente debatida por membros da organização, em reuniões abertas à sociedade civil. Com enormes áreas com déficit de verde principalmente nas regiões Norte e Noroeste, o Rio tem 2,3 milhões de hectares pastagens, em geral subutilizadas ou abandonadas. Outro dado aponta para um potencial gigantesco ainda adormecido: o estado tem 300 mil hectares com aptidão para o plantio de florestas, o que poderia gerar 150 mil postos de trabalho.

Crédito: Divulgação. Integrantes do Grupo de Trabalho que sistematizou as propostas do FFF durante evento no Museu do Amanhã

Atuante desde 2008, o Fórum Florestal Fluminense (FFF) é um espaço permanente de debates e proposição de soluções sobre proteção, produção e recuperação florestal e outros temas relacionados ao uso do solo em todo o Rio.

“Este coletivo defende o comprometimento dos candidatos com a formatação e implementação de um Plano Estadual de Restauração Florestal, bem como a atualização da base de dados do Estado, que está bastante defasada. O documento não se encerra em si mesmo. Está sendo lançado para ser continuamente melhorado e debatido”, destacou.

O prefeito de Niterói e engenheiro florestal Axel Grael, coordenador do programa de governo de Rodrigo Neves (PDT) elogiou as propostas e defendeu um “new deal” ecológico no Rio, com foco no saneamento e no reflorestamento de mananciais. “As unidades de conservação devem ser parte da estratégica de desenvolvimento do estado. A floresta vale a pena, a destruição, não”.

Para Beto Mesquita, diretor de Florestas e Políticas Públicas da BVRio e membro do Conselho de Coordenação do Diálogo Florestal, as propostas apresentadas pelo Fórum Florestal Fluminense visam aproveitar a vocação natural de centenas de milhares de hectares localizados no estado para a produção e a recuperação florestal. “São áreas economicamente marginais, que não estão produzindo alimentos e nem gerando trabalho e renda, e que se não forem reflorestadas, vão contribuir com erosões, desmoronamentos e enchentes.” Para ele, que é engenheiro florestal e fez parte do grupo de trabalho que sistematizou as propostas, “se não forem destinadas para plantios florestais com finalidades produtivas e ecológicas, estas áreas trarão prejuízos para a economia e para a sociedade fluminense”.

Advogado ambientalista e coordenador do programa ambiental de Marcelo Freixo (PSB), Rogério Rocco destacou o protagonismo do Rio na pauta ambiental. “O Rio é o estado com o maior número de parques nacionais; a capital abriga o maior banco genético florestal do país, que é a Floresta da Tijuca. Nossa candidatura defende as propostas apresentadas e um diálogo permanente e a construção de políticas amparadas numa sociedade organizada”. O documento completo pode ser acessado aqui. 
Fonte: editado com informações da Assessoria de Imprensa do Diálogo Florestal